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Nova memória à base de carbono pode revolucionar mercado de wearables

Em 03/06/2015

Tecnologia da Nantero é muito mais rápida que o armazenamento em flash. Características que prometem novo horizonte para dispositivos e wearables.



 

Uma nova tecnologia de baixo consumo e com alta velocidade de memória pode substituir no futuro, os SSDs (do inglês Solid-State Drive, dispositivo para armazenamento volátil de dados), os hard drives e memória DRAM e proporcionar um novo nível de capacidade de armazenamento para dispositivos móveis e wearables.
 

A nova tecnologia da Nantero, batizada de NRAM (RAM não-volátil) é baseada em nanotubos de carbonos. A memória é centenas de vezes mais rápida que o armazenamento em flash em dispositivos móveis e SSDs, garantiu Greg Schmergel, CEO da companhia.
 

Nanotubos de carbono são cilindros feitos de partes de átomos de carbono, com diâmetro de um a dois nanômetros. Os nanotubos são conhecidos por serem mais resistentes que o aço e melhores condutores de eletricidade do que os materiais usados em chips, fazendo da tecnologia uma candidata excelente para armazenamento de dados e memória.
 

O NRAM da Nantero opera na velocidade do DRAM e não é volátil, o que significa que consegue armazenar dados. O tamanho pequeno dos nanotubos de carbono permite ainda que os dados sejam armazenados em espaços menores. Fora isso, os chips de armazenamento consumirão menos energia do que o armazenamento em flash e DRAM, indicando o potencial para baterias mais duradouras para laptops e dispositivos móveis.
 

A tecnologia também respondeu bem aos testes da Lockheed Martin e NASA na missão Atlantis. O NRAM foi bombardedo com radiação e, mesmo assim, se manteve estável sob temperaturas extremas.
 

Formada em 2001, a Nantero levou 14 anos para refinar nanotubos de carbono, que têm sido pesquisado por décadas por universidades, pelo governo norte-americano e companhias como IBM e Intel. Muitos dos fabricantes de chips e dispositivos mostraram interesse no NRAM, que está agora pronta para produção, disse Schmergel.
 

Além de dispositivos móveis e computadores, chips de nanotubos de carbono poderiam ser adequados para wearables ou dispositivos para Internet das Coisas, que precisam de alta capacidade interna de armazenamento. Eles também poderiam ser usados em headsets de realidade virtual e data centers para armazenamento a longo prazo.
 

Segundo o CEO da companhia, a Nantero não produzirá a memória NRAM, mas irá licenciar a tecnologia para fabricantes de dispositivos. Os primeiros chips seráo compatíveis com módulos DRAM que podem ser conectados diretamente a slots de memória em placas-mãe, explicou o executivo.
 

Fabricantes de dispositivos poderão colocar a tecnologia no topo dos circuitos flash NAND, para que ela caiba em dispositivos móveis e computadores. A tecnologia, segundo Schmergel, será compatível com sistemas de armazenamento, memória e protocolos já existentes.
 

Os chips NRAM devem chegar nos próximos anos, disse Schmergel, acrescentando que fabricantes de dispositivos e chips estão já projetando a tecnologia em seus novos produtos.
 

Inicialmente, os chips não sairão baratos, mas a medida que sua produção aumentar, os preços devem abaixar.
 

A Nantero revelou planos a longo prazo para os chips de nanotubos nessa terça-feira, quando também anunciou que recebeu US$ 3.5 milhões de investimento da Charles River Ventures, Draper Fisher Jurvetson, Globespan Capital Partners, e Harris and Harris Group.
 

A companhia até então tinha levantando US$ 78 milhões, e nomes como os de Stefan Lai, pioneiro em memória flash e George Scalise, ex-vice presidente da Apple, estão entre os conselheiros da empresa.
 

Entretanto, a Nantero encontra desafios relacionados ao surgimento de outras tecnologias emergentes semelhantes em um cenário onde a computação está em rápida e constante mudança.
 

Os novos chips de carbono entram num crescente campo de novos tipos de chips de memória que visam substituir os DRAM e NAND em flash, cujos analistas indicam que chegariam ao seu fim até 2022. A medida que dispositivos se tornarem menores, fica cada vez mais difícil adicionar mais capacidade de armazenamento enquanto se reduz o tamanho de chips NAND.
 

Outro ponto é que durante a pesquisa, os nanotubos de carbono se mostraram ser extremamente instáveis. No entanto, o CEO da Nantero disse estar confiante ao afirmar que a tecnologia estaria a altura da computação rigorosa do dia a dia. A Nantero encontrou uma composição química para a sua memória através da purificação de nanotubos de carbono numa solução aquosa após o qual os chips são fabricados sobre um substrato de silício.
 

Há ainda questões a respeito da segurança desses nanotubos, com o qual o Centro para Controle e Prevenção de Doença dos EUA e outros pesquisadores alertam para sua exposição.
 

Segundo Schmergel, a Nantero estáadquirindo seus chips de fabricantes como Thomas Swan Company no Reino Unido, cuja matéria prima já foi aprovada pelo U.S. Environmental Protection Agency.
 

A Nantero possui mais de 175 patentes na área de nanotubos de carbono e conta com parceria da HP, a fabricante de ferramentas ASML e companhias em semicondutores como a On Semiconductor na pesquisa e desenvolvimento da nova tecnologia.

fonte: http://idgnow.com.br/